sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PIMENTA MALAGUETA




Há uma grande variedade de pimentas conhecidas, sendo que podem ser frutos, sementes, pequenas ou grandes. A pimenta malagueta faz parte do gênero Capsicum, que abrange mais de 300 espécies como a dedo-de-moça, pimenta-de-cheiro, pimenta-biquinho, cumari, pimenta-de-caiena, jalapeños, etc. Os seus frutos da pimenta malagueta são pequenos podendo atingir 4 cm de comprimento, como mostra a figura ao lado. A popularidade da pimenta malagueta se deve às Grandes Navegações, onde as trocas mercantis permitiram a difusão de especiarias e temperos. Com origem na América do Sul, e com a colonização de Cristóvão Colombo, a pimenta passou a ser descoberta e levada a outras colônias, que acabou integrando efetivamente nos pratos típicos de várias culturas, tornando-se marca registrada da culinária de alguns países.
As pimentas como um todo causam divisão, há quem gosta muito e as utiliza sempre em suas refeições e há quem não consegue nem mesmo sentir seu aroma.  Isso se deve a seu princípio ativo, a capsaicina, fórmula estrutural apresentada na figura abaixo. A capsaicina está presente em todas as pimentas, e é bem evidente na pimenta malagueta. Essa substância é a responsável pela ardência da pimenta.

Seu consumo causa em nosso cérebro alguns comandos que explicam o modo como reagimos quando consumimos a pimenta malagueta. Quando ingerimos a pimenta, a capsaicina estimula os receptores sensíveis da língua e da boca e, ao serem atingidos quimicamente pela substância, esses receptores nervosos transmitem ao cérebro uma mensagem informando que a boca estaria queimando, literalmente. Imediatamente o cérebro gera uma resposta ordenando reações para salvá-lo do suposto fogo e o organismo tenta “refrescar” o corpo. Então se inicia a salivação, a face transpira e o nariz fica úmido. Com o cérebro enganado, ele produz endorfinas que permanecem por bastante tempo no organismo, causando uma sensação de bem-estar.
    
A capsaicina, que é a responsável pela ardência, ou pungência, encontra-se, em média, 90% nas sementes e na parte branca no interior da planta, chamada placenta. Quanto mais picante, maior é a quantidade de capsaicina contida no alimento e maior é o benefício causado ao ser humano.  Essa substância é liberada mecanicamente, ou seja, quando se corta o fruto. Vale lembrar que a pungência se dá não só pela capsaicina, mas também por outras substâncias, que são denominadas capsaicinóides. Para quem gosta do sabor da pimenta, mas prefere não sentir a boca em chamas, basta abrir a pimenta e retirar as sementes e a parte branca em seu interior, como mostra a figura cima, dessa forma seu sabor ficará bem suave.
O consumo da pimenta malagueta possui benefícios já comprovados pela medicina, sendo eles: auxílio da digestão, estimulante para o apetite, aumento da salivação e estímulo à secreção gástrica e gastrointestinal, dando uma sensação de bem estar, ajuda na diminuição do nível de gordura no sangue, agindo como expectorante, descongestionando as vias respiratórias, além de diminuir os riscos de doenças cardiovasculares, redutora de inflamações e atua como antioxidante, sendo assim, capaz de contribuir para a eliminação dos temíveis radicais livres e, como consequência, retarda o processo de envelhecimento das células do corpo.
Além dessas substâncias serem a marcantes na pimenta malagueta, ela é rica em umidade, com valores acima de 60%, fibras e carboidratos.
A pimenta pode ser consumida em forma de molhos e também in natura, na forma de conserva, devendo dessa forma, passar por um processo de:
·         Colheita do fruto, que deve ser feita em fase madura;
·         Seleção, onde alguns frutos e componentes indesejados são retirados;
·         Classificação, onde os frutos são separados por coloração, a fim de obter uma uniformidade;
·         Lavagem com água clorada, para sair impurezas e diminuir contaminação;
·         Peneiramento, para remover o excesso de água no fruto;
·         Acondicionamento, onde é adicionado vinagre à pimenta para obter um pH baixo, e sabor característico da conserva.
Após esse processo as pimentas vão para uma embalagem apropriada, que em seguida são rotuladas e embaladas para a venda, como exemplifica a figura acima.
Apesar de a pimenta malagueta ser bem conhecida no Brasil, seu consumo não é tão evidente. Na Tailândia, por exemplo, a pimenta é muito utilizada na culinária e seu consumo pode chegar a 10 gramas ao dia por pessoa, enquanto no Brasil não passa de 0,5 gramas.
Ainda não existem estudos para saber qual é a quantidade ideal para o consumo da pimenta, mas sabe-se que a introdução da pimenta na alimentação pode beneficiar o organismo. Porém, como todo o alimento, os benefícios dependem da quantidade ingerida. Quando consumida em excesso a pimenta pode piorar problemas no esôfago, intestino, circulação, hemorroida ou gastrite. O limite entre o saudável e o prejudicial depende de pessoa para pessoa, uma vez que não há dados publicados sobre a quantidade de pimenta malagueta que possa causar mal à saúde.
Esse resumo sobre Pimenta Malagueta é parte do trabalho integrador desenvolvido por Bruna Miranda, Laysa Castro, Thaís Azzone e Thaisa Antunes alunas do 4°período de Engenharia de Alimentos do Centro Universitário Padre Anchieta.


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